Explorando a fabulosa costa da Arrábida, depois de um excelente almoço entre amigos geocachers, a convite do Bocage, seguimos à descoberta da praia da Ribeira do Cavalo (GC1E568). A Valente ainda demorou a convencer-se que esta visita era inadiável, mas lá acabou por acatar a inevitabilidade. Depois de estacionarmos o carro, descemos pelo trilho, à medida que as expetativas iam subindo. Mesmo que se vejam mil imagens de antemão, quando se avista a praia pela primeira vez fica-se com um esgar de espanto e um sorriso por termos pequenos paraísos como este no nosso jardim, que mais parecem de outras latitudes.
Ainda que o trilho não seja propriamente muito difícil, em algumas passagens é um pouco técnico, pelo que é aconselhado levar bom calçado e deve evitar-se levar artigos pesados e tralha desnecessária. Ainda que seja uma praia escondida e de acesso condicionado, já se tornou suficientemente conhecida entre os veraneantes. Chegados à areia, ficámos deslumbrados com a cor da água e nem importa onde se coloca a toalha. Acabámos por ficar nas imediações de um dos rochedos que adormeceram à beira da areia e a tentação imediata foi subir ao seu cume para obter uma fotografia mais abrangente da praia.
É difícil ficar parado quando se tem uma máquina fotográfica e se está num pequeno paraíso. Andei de um lado para o outro a tentar captar os melhores instantes, enquanto ia explorando a praia. Apesar de haver placas a avisar para o perigo das arribas, as cavidades das rochas parecem ser muito apetecíveis no período de maior estio. Depois da descoberta da praia, seguiu-se a descoberta da cache, que neste tinha um desafio acrescentado, como adiante descreverei.
Fui então às coordenadas referenciadas e iniciei a procura. Rapidamente percebi que as coisas não seriam fáceis. Pela leitura de antemão da informação, já sabia que se tratava de uma gruta que seria mais acessível em alturas de maré vaza. Pois, ao fim de alguma procura não fazia a mínima ideia de onde poderia ser e não estava disposto a arriscar para lá da minha miúfa natural da água sem pé. Pior fiquei logo depois, ao ler mais relatos e ao perceber que o acesso não seria assim tão difícil e que afinal a gruta era suficientemente grande para lá caberem “dezenas de pescadores”. Já a desconfiar de tudo à minha volta e quase a questionar o próprio sentido da vida, fui contar à Valente, que de tão curiosa avançou para a descoberta. Todavia, os resultados foram idênticos.
Após mais alguma procura, enquanto ia alargando a curiosidade e as buscas, finalmente encontrei o “buraco da agulha” e descobri a gruta, que realmente é grande, atravessa um dos rochedos e tem inclusive uma bela vista para a praia. Ao voltar a ver as imagens, parece incrível que o rochedo albergue a gruta e guarde um dos segredos mais interessantes da praia. Valha-nos o geocaching para descobrirmos estas preciosidades.
Com o sol a esgueirar-se sobre a encosta, a sombra foi ganhando terreno na praia. Chegara então o momento de nos despedirmos das Praia da Ribeira do Cavalo, na certeza que é uma das mais paradisíacas que já descobrimos!