Portas de Ródão e Castelo do Rei Vamba

Saindo do Alentejo pela raia e atravessando o rio Tejo entra-se na Beira Baixa por terras de Vila Velha de Ródão. A jusante da ponte são visíveis as Portas de Ródão, onde o rio se estreita pela confluência de dois gigantes rochosos. No topo do lado norte subsiste o secular castelo de Ródão e a lenda do Rei Vamba. Ao cruzarmos o rio Tejo ficámos encantados com paisagem, pese embora o dia quentíssimo e os respeitáveis 45ºC de temperatura. Serpenteando pela estrada, fomos estacionar junto à capela do castelo, numa sombrinha muito acolhedora. Ali perto existe uma placa que elucida sobre a lenda do Rei Vamba, nascida em tempos imemoriais de visigóticos, mouros e cristãos. Continuámos depois e fomos visitar o castelo, numa localização muito bem escolhida. As vistas são fantásticas!

Seguimos depois em busca do topo do penhasco sobre o rio. Num primeiro momento ainda estivemos para avançar diretos desde o castelo, mas recordámos um dos últimos relatos, que fazia referência ao acesso pelo percurso que existe no local. Optámos então por voltar atrás e fomos até ao pequeno edifício onde existe a placa que indica o trilho e seguimos por ele. Cerca de cinquenta metros depois, numa curva, notámos um outro trilho que seguia na direção do penhasco e supusemos que tal nos haveria de levar até lá. Acabámos por acertar na escolha. Existe sempre trilho até ao local, ainda que naturalmente alguma vegetação se vá alongando pelo caminho.

Ao chegarmos ao local ficámos assombrados pelo momento estupendamente memorável. A visão para o rio e, em particular para a “porta” que fica do outro lado é mágica e não admira que tivesse servido de inspiração para a lenda que existe no local. A fraga é imponente e faz-nos repensar a nossa pequenez neste cenário tamanho. O registo foi mais um momento solene, daqueles a que nos fomos habituando no mundo do bom geocaching (GCF508).

Estivemos por lá mais algum tempo, rendidos à contemplação e a criar fotografias. Pelo meio, numa determinada posição, assentei a mão na pedra e tive uma visão do inferno. Por pouco deixava lá a pele. De regresso, a subida foi lenta, entre vários fôlegos de água escaldante, que parecia ter sido batizada pelo diabo. Despedimo-nos depois das Portas de Ródão, na certeza que, mais tarde ou mais cedo, haveremos de voltar para visitar o desafio do outro lado do rio!

Portas de Ródão e Castelo do Rei Vamba

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