Love Love Arouca

 

Após algumas edições mais citadinas, o Love Love Arouca deste ano assumiu uma vertente mais de Natureza nas Montanhas Mágicas. Aceitar o desafio do Josué e da Cristina em delinear quatro dias de atividades acabou por ser também natural. Os locais/percursos escolhidos acabaram por ser intuitivos: Escarpas da Mizarela, Drave, Rio de Frades e Passadiços do Paiva formam um quadrado mágico de visita obrigatória e davam a garantia de aventura e encantamento.

No primeiro dia o encontro estava marcado para a aldeia da Castanheira, onde os participantes começaram por visitar a Casa das Pedras Parideiras e o Radar Meteorológico. Depois de um almoço à sombra da aldeia, seguimos em busca das Escarpas da Mizarela. O terreno é bastante técnico e levar um grupo numeroso por lá não foi uma tarefa fácil, em particular na subida após a Ribeira, com a exposição solar. O grupo dividiu-se depois entre a ida para a aldeia da Mizarela e a descida às lagoas, onde podemos contemplar em todo o esplendor a Frecha da Mizarela. Subimos depois pelo trilho junto à formação rochosa e mais acima reencontramos o trilho das Escarpas que nos haveria de levar de regresso à Castanheira para o merecido descanso.

O segundo dia prometia a magia da Drave. O encontro ficou marcado para Regoufe, de onde partimos numa longa procissão. Desde o Alto de Regoufe até à Drave pudemos contemplar as encostas despidas da Garra, tal como os meandros do rio Paivô. É sempre um prazer ver surgir a Aldeia Mágica na paisagem e à chegada aproveitamos para explorar os seus encantos, desde as ruínas, as casas reconstruídas, as ruelas sinuosas e fantásticas lagoas de águas cristalinas. Aos poucos, as pessoas foram partindo da Drave e no reencontro em Regoufe ainda aproveitamos para visitar as antigas minas de volfrâmio e terminamos o dia num excelente repasto n’O Mineiro.

Ao terceiro dia segundo os planos visitamos Rio de Frades. Este acabou por ser um dia adoentado para mim. Depois de uma noite atribulada, na viagem também atribulada ainda considerei voltar para trás. Com uma chegada atrasada ao destino, ainda deu para corrigir alguns problemas de trânsito. Com o grupo definido, partimos para percorrer a primeira parte do Caminho do Carteiro. No regresso seguimos até à mina/cascata, onde aproveitamos para almoçar junto ao rio. Aproveitei para descansar um pouco, já que o corpo ainda não aceitava comida. Seguiu-se a subida até ao fantástico Poço Oito, um dos meus locais naturais preferidos. Apesar das dificuldades, o grupo mostrou-se à altura e soube ultrapassá-las. Como noutras visitas em grupo, gosto de me sentar em contemplação, à medida que os mais corajosos, tanto pela água fria como pela vertigem da escarpa, vão fazendo tentativas para chegar à gruta por detrás da cascata. No regresso, ainda perdemos dez minutos a escutar egocentrismos de uma família de Rio de Frades, mesmo que a paciência já fosse pouca.

No final destes três dias, apesar da preocupação e dificuldades naturais por levar pessoas com características e sensibilidades muito distintas em percursos técnicos de montanha e da sensação que talvez o programa tenha sido demasiado ambicioso, ficou sobretudo o contentamento por presenciar o seu espanto pela descoberta de alguns dos recantos mais fantásticos das Montanhas Mágicas. E ao quarto dia fui de férias, adiós!

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