Lourizela e Alfusqueiro

O regresso à Lourizela já estava marcado há algum tempo, mas apenas agora os astros nos alinharam a vontade e a oportunidade. Deixámos o vale do Vouga e cruzámos o Alfusqueiro. As curvas frequentes e a estrada apertada lembramo-nos que estas aldeias ficam longe da sede do concelho. A aldeia da Lourizela parece um quadro emoldurado para turista apreciar. É ótimo notar a recuperação das casas e das ruas cheias de histórias.

Estacionámos junto à capela e seguimos pelo PR 10 em direção ao moinho. Já por ali tínhamos andado há alguns, pelo que parecia um trilho pela memória. A sombra das árvores e a frescura o ribeiro torna a caminhada mais agradável, em particular num dia quente. Acompanhando o ribeiro, fomos descendo a encosta. Encontrámos algumas passagens mais técnicas e noutras tivemos mesmo que usar uma corda local para ajudar a transpor os obstáculos, o que acabou por tornar a descida mais desafiante. Felizmente, percorremos este trilho pouco depois de ter sido limpo, o que acabou por ajudar à progressão.

Sempre rodeados por arvoredo diverso, fomos descendo as leiras esquecidas e reencontrámos o rio Alfusqueiro. Nas descidas e subidas anteriores nunca tínhamos estado tão a montante. Acompanhando o bucolismo ribeirinho, prosseguimos pelo trilho e encontrámos uma mini-hídrica abandonada. Para além das paredes resistem as estruturas metálicas enferrujadas pela passagem do tempo.

Entrámos depois no canal de água e continuámos ao sabor da sombra. Como já conhecíamos a parte subsequente, resolvemos subir a encosta e já não fomos até ao fim do canal. Entrámos então na parte desinteressante do percurso, deambulando por um estradão rodeado de eucaliptos. Supomos que não deveriam existir alternativas adequadas. Valem as vistas sobre o rio rodeado por vegetação autóctone. Faz falta legislação que limite as áreas de produção de eucalipto.

Ao chegarmos à Lourizela reencontrámos a aldeia no mesmo marasmo. Na parte final cirandámos pelas ruelas apertadas a cheirar a passado. Trata-se de um percurso curto (cerca de 4km), com um grau de dificuldade média, em que os principais interesses coincidem com a aldeia e o rio.

Como o tempo convidava, no regresso a casa passámos pela praia fluvial de Cortez. É sempre um prazer revisitar este espaço e apreciar as águas calmas do Alfusqueiro, cercadas por uma sombra muito convidativa. Aproveitámos para irmos até à barragem, seguindo pelo trilho da margem direita. Mais abaixo, a água torna-se mais inquieta, furando por entre rochedos que noutras visitas nos possibilitaram a progressão ribeirinha. Prometemos voltar!

Lourizela e Alfusqueiro

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