Após visitarmos a aldeia abandonada de Safira, passámos por Montemor-o-Novo e fomos em busca das ruínas icónicas do Convento de Monfurado (GC1BET0), fundado no início do séc. XVIII por eremitas. Seguimos de carro até ao acesso em terra e continuámos até darmos com uma passagem para a propriedade privada onde se encontra o convento. Notámos então qual seria o caminho que nos levaria até ao edifício. Passámos a cancela e subimos pelo terreno, convertido atualmente ao serviço da pastorícia. Ao longe víamos as formas da história que se erguiam por entre a vegetação e ficámos com a sensação que o espaço seria mais pequeno. Descobrimos depois que tal é uma ilusão. O antigo convento é realmente enorme e existe por lá muito para explorar.
Acabámos por entrar pelo primeiro acesso que encontrámos e fomos andando pelo espaço, completamente fascinados. O abandono acabou por lhe atribuir uma mística assombrosa! O arvoredo e a vegetação começam a tomar conta do local e ameaçam esconder ainda mais a construção humana. Ao chegarmos à igreja ficámos abismados. Revezámo-nos depois em indagações como seria viver por ali nos tempos áureos do convento. Fizemos então muitas fotos; andámos para a frente e para trás, percorrendo cada espaço da história conventual, por mais exíguo que fosse. Não queríamos sair dali sem viver aquele local e haveríamos de o aproveitar até o limite do que conseguíssemos encontrar.
Esta descoberta tornou-se numa aventura emaranhada de acessos e locais recônditos. Fomos depois à torre, onde prosseguimos as explorações e as sessões fotográficas. No final, saímos pela entrada da igreja e regressámos pelo mesmo trilho. O convento é verdadeiramente fantástico! É pena que esteja ao abandono, mas tal acaba por lhe conferir um misticismo muito vincado. Esta aventura trouxe à memória as explorações juvenis do magnífico Real Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão, que entrou recentemente de obras de requalificação, depois de ter passado também por um longo período de abandono.