Cueva de Valporquero

Rumo aos Picos de Europa, fizemos um pequeno desvio para irmos à descoberta da maravilhosa Cueva de Valporquero (GC4APM8). Já tínhamos este local referenciado há alguns anos e nesta viagem pelo norte de Espanha não poderia escapar. Ainda antes de chegarmos ao nosso destino a nossa admiração ficou plasmava numa visão de uma paisagem imensa, com dois gigantes de pedra a erguerem-se a alguns 500 metros de altura, de cada um dos lados da estrada que serpenteia pelas curvas do rio. Para quem gosta de fragas, bastaria aquela imagem e todos os quilómetros teriam valido a pena. Mal sabíamos nós ainda o que iríamos descobrir nos Picos.

Curva atrás de curva, chegámos a Valporquero e fizemo-nos à Cueva. Estacionámos, dirigimo-nos à bilheteira e ficámos a saber que a próxima visita estava agendada para dali a cinco minutos. Segundo sugestão da simpática senhora, apenas tivemos tempo de ir buscar um casaquito ao carro. A visita iniciou-se de súbito. Entrámos na mina e descobrimos um verde encantado do outro lado. A entrada da gruta estava ali logo ali. Parecia uma boca da Terra à espera de nos devorar a imaginação. Foi-nos apresentada a parte da gruta que está disponível para visita ao público e ficámos maravilhados com a dimensão da outra parte. Para ainda maior espanto descobrimos que a gruta é atravessada por um ribeiro, que abriu o seu caminho inclusive por um dos gigantes graníticos que vimos antes na viagem. Infelizmente, como estávamos no verão, o ribeiro é apenas um fio de água. Será fantástico, no inverno, ter a oportunidade de ver tamanha pintura de beleza, com o rio a galgar a rocha dura e saltando de cascata em cascata na escuridão.

São as maiores e mais fantásticas grutas que já visitámos. É impossível observar a Gran Vía e não pensar em Moria e n’O Senhor dos Anéis. Bem poderia a irmandade ter passado por aqui que não ficaria defraudada, quer pelas vistas como pelo bafo de realidade. O Fantasma deixou-nos prosseguir e lá fomos andando de estalactite em estalagmite, sempre admirados com a beleza do que íamos encontrando. A maior coluna que lá existe é um mundo de fantasia que nos arregala os olhos e a imaginação. No final, para além do espanto, ficou a curiosidade do regresso para vivenciar o percurso de canyoning subterrâneo.

 

Cueva de Valporquero

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