Por detrás d’O tempo inquieto

Nascer do sol

Este é o primeiro artigo deste blog. Naturalmente, teria de estar relacionado com esta extraordinária viagem literária (assumindo o risco de assim a nomear) que foi escrever O tempo inquieto.

Não é fácil definir o momento que despoletou este périplo de palavras e aventuras, mas tudo terá começado no contexto de um evento de geocaching que me possibilitou, entre outras coisas, a ascensão ao Cântaro Magro, na Serra da Estrela. Quando passava por aquele maciço rochoso, que se ergue desde o Covão Cimeiro, ficava a pensar no quão fantástico seria alcançar o seu topo. Sempre imaginei que seria impossível sem usar material de escalada, até ao dia 17 de julho de 2011.

Aproveitando outras histórias e ideias, O tempo inquieto foi germinado, emergindo sorrateiramente no meu imaginário até se tornar numa necessidade sustentada. Alguns meses depois, com a vontade alinhavada, achei que mais do que escrever uma história eu precisava de viver algumas das circunstâncias de descoberta dos meus personagens. Assim, depois de convidar o amigo Sérgio Reis para partilhar a experiência, traçámos e concretizámos um percurso de ascensão, seguindo trilhos de pastores, da encosta da Serra da Estrela, desde Seia até à Torre. Os geocachers que estiverem a ler este artigo poderão eventualmente reconhecer este percurso como a cache Into the wild. Pouco tempo depois, e antes de começar a escrever O tempo inquieto, regressei à montanha para voltar a fazer a subida, com o objetivo posterior de assistir ao nascer do sol na topo do Cântaro Magro, sendo que juntaram-se entretanto os(as) amigos(as) Sérgio Reis, Américo Alves, Roberto Costa, Nanda Vieira, Sofia Silva e Rui Silva. O amanhecer desse dia digitou as primeiras palavras do manuscrito. Vim para casa com uma vontade e inspiração do tamanho do Cântaro e comecei a escrever a história.

Cerca de um ano depois, após o último ponto final, voltei a subir a Serra da Estrela e a pernoitar no Cântaro Magro para assistir ao nascer do sol, desta com os(as)  amigos(as) Bruno Ricardo, Tânia Magro, Ricardo Abrantes e Paulo Matos. Nesse dia, deixei por lá as palavras e as memórias. Mais do que uma história, deixei uma vivência de sentidos. O tempo, na sua inquietude, haverá de saber que destino lhe dar.

Cântaro Magro

É sempre um prazer regressar ao Cântaro Magro e reencontrar-me no tempo e no espaço com esta história. Este ano, como não poderia deixar de ser, voltei lá, desta vez acompanhado pelo Filipe Marques, Bruno Ricardo, José Sampaio, João Gregório e Joaquim Safara, para mais uma aventura e, sobretudo, mais um renascer. Ao longo desta viagem é importante salientar e agradecer aos bons amigos que, mesmo desconhecendo ao que iam, estiveram presentes!

 Também este ano, pela mão da Chiado Editora, surgiu a possibilidade de publicar o livro. Gostaria também, naturalmente, de agradecer a confiança e a aposta. A última etapa desta aventura prendeu-se com a criação desta página web, a partir da qual pretendo divulgar o meu trabalho como autor e nas diversas áreas de interesse. Em relação a esta minha introdução pela criação e manutenção de um website gostaria de agradecer ao Pedro Brito pela ajuda e sugestões.

Por último, resta-me referir a pessoa mais importante na concretização deste sonho: a minha mais-que-tudo, Ana Valente. Não apenas como primeira leitora e revisora do livro mas sobretudo pela paciência e compreensão dos espaços deixados em branco pelo que não vivemos para que esta história pudesse existir.

A partir daqui, outras etapas se seguirão, um passo de cada vez!


Por detrás d’O tempo inquieto

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