Em janeiro de 2010 descobrimos, numa reportagem do JN, um estranho passatempo, geocaching, descrito como uma “caça ao tesouro dos tempos modernos”. Na altura estávamos longe de imaginar que também nós acabaríamos fascinados por ele. É difícil tentar explicar o que é sem que nos olhem de soslaio. Esconder pequenas caixas pelo mundo fora para que outros possam ir à sua descoberta, partilhando posteriormente a experiência, é uma definição capaz de levantar suspeitas sobre devaneios mentais. Contudo, passada essa desconfiança inicial, é realmente incrível o que a melhor faceta deste passatempo extraordinário poderá despoletar. Para além das amizades descobertas, ficam as muitas aventuras, a iniciação e prática de outras atividades que aprendemos a gostar (como o montanhismo, o rappel e o canyoning, entre outras) e ainda a descoberta de locais que dificilmente descobriríamos de outra forma. A descoberta das Minas da Queiriga, perto de Vila Nova de Paiva, enquadra-se precisamente no último ponto salientado. Muito dificilmente lá teríamos estado se não fosse através do geocaching. É certo que o espaço tem algumas instalações e a promessa para ser aproveitado turisticamente. Se alguma vez será apenas o tempo e o dinheiro disponível poderão esclarecer. Alguma procura fortuita na internet também poderia ajudar a encontrar o local. Não obstante essas possibilidades, é certo que dificilmente já lá teríamos estado de outra forma. E este foi um dos locais mais extraordinários que ficámos a conhecer à conta deste passatempo!
Visitámos e tirámos esta fotografia nas Minas da Queiriga no dia 23 de julho de 2013. Como o percurso até ao local não é apropriado para veículos “rasteirinhos”, deixámos o carro perto da aldeia e subimos a encosta guiados pelo sabor das amoras. Ao entrarmos nas minas ficámos assoberbados pelo espaço. Fomos progredindo, entre as fotos e a admiração pela imponência do local. Sabíamos de antemão que esta visita seria espetacular mas não imaginávamos que as minas tivessem a dimensão e beleza constatadas. É realmente uma pena que o investimento que lá foi feito esteja parado e que o turismo ainda não funcione em seu favor. Seguimos depois até ao fundo da mina, junto à água com a tonalidade azul-incrível, banhada pelos raios de sol e aproveitámos para nos imiscuirmos entre a espetacularidade envolvente. Foi assim que surgiu esta foto, depois de algumas experiências. Ir num dia de céu azul e durante a tarde também ajudou à captação desta cor-magia. É inevitável fazer uma comparação com as lendárias Minas de Moria, d’ O Senhor dos Anéis. Certamente, as Minas de Queiriga poderiam servir de inspiração para novas aventuras literárias. Assim como o geocaching!
