Marão

Marão. Já estávamos há alguns anos para vir aqui. Neste dia, 7 de dezembro de 2014, finalmente, a vontade de ir transformou-se no desejo de regressar! Saímos de casa com a promessa de um passeio pelo Douro e visitar esta serra. Depois de algumas paragens, investimos na subida até às Antenas. Há cerca de um ano atrás, algures no maravilhoso mundo da Internet, vi uma imagem vertiginosa desta encosta, com a aldeia lá no fundo. Na altura não consegui perceber onde seria mas ficou a vontade de a encontrar. Apenas uns meses depois, à custa do geocaching, tal seria viável.

Seguimos com o veículo até onde achámos que não teríamos problemas no regresso. Na verdade, poderíamos ter continuado até à última curva do estradão, antes da abordagem final, mas decidimos não arriscar. Como o calçado não era adequado, a Valente optou por ficar por ali. Eu tinha levado umas sapatilhas suplentes para a abordagem mas, no frenesim da descoberta, acabei por deixá-las no carro. De qualquer forma, saltando de pedra em pedra, não demorei muito até chegar perto do precipício. É impressionante como o terreno desaparece de forma abrupta, em largas dezenas de metros de verticalidade. Com o devido respeito, aproximei-me do fim da montanha. Transpus o último obstáculo e ergui-me no pináculo vertiginoso da paisagem. As pernas não chegaram a tremer mas estava inebriado pela fantástica localização. Tinha chegado à proa da montanha, abismo do mundo!

Depois da descoberta da cache, notei que não poderia sair dali sem uma selfie. Fui meter a máquina no tripé, um pouco mais acima, defini os parâmetros e desci para a pose contemplativa. Roubei depois um sorriso ao abismo e subi a encosta, ao reencontro da Valente. Regressámos ao carro, atravessámos a serra e ainda fomos a tempo de nos despedirmos da luz do dia num passeio junto ao Douro inolvidável, na Régua. E assim nasceu esta foto, em mais um excesso de Natureza!

Marão

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