Alberto assomou-se à porta e quase todos os homens que estavam no restaurante correram para saber o que tinha acontecido. Um dos clientes, que já tinha sido amante do outro, percebendo as circunstâncias, atirou-se com o punho cerrado sobre Alberto e derrubou-o. Outros se juntaram, ora pontapeando Alberto ou tentando separar os intervenientes. Girolme mantinha-se na mesa, assustado e sem saber o que fazer. Odiava e temia a violência. Acabou também por reconhecer a sua impotência e esperava apenas que ninguém lhe atribuísse qualquer culpa.
A escaramuça prolongou-se por mais alguns momentos. O homem que estava na casa de banho apareceu então à porta, amparado por dois colegas. O dono do restaurante, imediatamente depois de telefonar para o posto da Guarda, pôs-se aos berros para que toda a gente saísse do restaurante, já depois de ter o balcão deslocado, dois jarros partidos e meia dúzia de cadeiras espalhadas pela confusão. Surgiu então um intervalo na violência e Alberto pôde levantar-se por fim. Entretanto, conseguira agarrar uma garrafa de vidro e acertou-a na cabeça do amante, estatelando-o no chão sem sentidos. De novo se levantou uma confusão, que rodopiou pelo restaurante como um tornado de raiva. Girolme continuava gelado pelo assombro.
Ao fim de quinze minutos a situação acalmou e os grupos foram separados entre o interior e o exterior do restaurante. Alberto, sangrando e com hematomas em várias partes do corpo, insistia em dizer que estava tudo bem e que já se acalmara. Conseguiu criar um instante de distração para ir junto de Girolme, voltando logo de seguida para junto do grupo de homens que tentava acalmar o dono do restaurante. Prosseguiu depois para a casa de banho para limpar o sangue.