Após uma primeira visita em 2010 ao Prado do Vidoal, fascinados com o potencial de descoberta oferecido pelo Parque Nacional Peneda-Gerês (PNPG), em agosto do ano seguinte regressámos ao PNPG para uma aventura memorável. O desafio passava por descobrir, ao sabor do geocaching e de forma consecutiva, um conjunto de 20 lugares (10 obrigatórios + 10 opcionais). Fica o relato do nosso PNPG’s MasterDegree Challenge:
Depois de 10 dias, 130 km, 56 horas a caminhar, 37 litros de água, 28 sandes, alguns quilos a menos, montes de montes, cavalos, vacas e alguns veados, uma cadela, grandes paisagens e uma vida para recordar, concluímos o nosso mestrado no Parque Nacional da Peneda-Gerês, visitando 20 locais recônditos de rara beleza. Ficam ainda muitos outros para conhecer mas prometemos voltar!
Agradeço à minha mais-que-tudo, a Ana, pessoa feita Valente, por me ter acompanhado nesta aventura/loucura, vergando as fraquezas e superando-se a si própria, dia após dia.
05/06/10
“Lá partimos da Portela de Leonte, mas estávamos longe de imaginar a caminhada que tínhamos pela frente. Chegados ao local, o esforço pareceu-nos menor: ficámos maravilhados com a paisagem.”
04/08/11
2. Contrabandistas (Rota do contrabando da Serra Amarela)
“Seguindo um track e acompanhando o ponteiro do GPSr a distância foi diminuindo, até que conseguimos colocar um pé em Espanha e outro em Portugal. O objectivo estava cumprido.”
3. Pé de Cabril
“Mais do que um registo numa folha de papel, esta cache representa uma experiência para recordar por muito tempo. Foi muito engraçado passar por debaixo daquela fenda e depois lá fomos subindo, até que avistámos a via ferrata, que é relativamente fácil de transpor, mas que ainda assim não deixa de impressionar.”
05/08/11
“Chegámos depois à entrada da Fenda e, mesmo sabendo que a subida já terá sido feita por milhares de pessoas, possuindo algumas delas um estado mental instável que as faz andar à procura de tupperwares em locais inusitados, é inevitável pensar que talvez não seja aquela “a” Fenda, pois parece mais difícil do que era suposto.”
06/08/11
“O local é inspirador e é quase impossível não ficar fascinado com aquelas paredes submersas, cujas histórias foram afundadas pelo frenesim energético da vida moderna, demasiado moderna para aquela terra.”
07/08/11
6. Stairway to heaven – Escadaria da Peneda
“Às 10 da manhã iniciámos a nossa subida ao céu! Saímos cedo, mas como a Peneda ainda ficava longe do nosso acampamento apenas conseguimos estar lá à hora que começava a missa. Iniciámos depois a subida, bem guardados pela majestosa Meadinha.”
7. Castelo de Castro Laboreiro
“Vindos da Peneda, fomos descobrir este Castelo. Na ida optámos pela subida pelo lado sul e, com o sol das 2 horas da tarde como companhia, lá fomos vencendo a distância. Em menos tempo do que supúnhamos estávamos à porta do castelo. Batemos então à porta, mas ninguém se dignou a responder pelo que decidimos entrar.”
“Estacionámos um pouco antes da aldeia e fomos subindo, passando pelas vacas que andavam no meio da rua (os únicos seres vivos que vimos). Chegámos depois àquele prado fantástico, com dezenas de construções que preencheram o nosso imaginário. Para lá da dureza dos tempos idos, é impressionante imaginar como seria o dia-a-dia daquela gente.”
08/08/11
9. O Santo Graal – Cascata do Arado e Vale da Teixeira
“Estacionámos o carro por volta das 8 horas junto à ponte e subimos até à Cascata do Arado, sem dúvida uma das mais bonitas que conhecemos e onde já tínhamos passado uma tarde fantástica no ano passado. Com uma verdadeira sensação de conquista, descemos o monte e prosseguimos a nossa caminhada com uma subida para o Borrageiro.”
“Num ritmo adequado para apreciar a paisagem, íamos fazendo algumas paragens para descansar e beber água. Chegámos então ao topo e entrámos no Vale da Teixeira. O ribeiro corria lá no fundo, indicando-nos o caminho até ao Curral. É realmente um sítio fantástico, onde apetece ficar até a vida se esqueça de outras obrigações.”
11. Heart of darkness – Roca Negra
“O tempo e o espaço pareciam guiar-nos para aquele lugar de mistério onde recebemos indicações. A subida pareceu interminável. A vegetação, aliada ao cansaço, fez alguns riscos e estragos. Mas superámo-nos e subimos ao topo, onde a cache final nos esperava. Tivemos ainda a companhia inesperada das palavras de Miguel Torga, que largámos à brisa que passava. Para recordar!”
12. Rocalva
“Antes de iniciarmos esta aventura, este gigante branco ocupou o nosso imaginário. Parece ter sido moldado por uma força superior, fazendo de guarda ao coração do Gerês, ajudado pela outra roca. Grande e elegante, como um pedaço intemporal de vida.”
09/08/11
13. Lost Lagoon – Lagoas do rio Cabril
“Depois de o dia anterior ter sido longo e cansativo, optámos por passar a nossa tarde de descanso junto ao rio. No Gerês existem inúmeras lagoas fantásticas, porém decidimos juntar o geocaching à nossa tarde, pelo que a escolha recaiu nesta Lost Lagoon. Chegados ao vale das lagoas, ficámos de imediato rendidos com aquela beleza natural. Seguiu-se depois uma tarde fantástica!”
10/08/11
14. XXL Challenge – Minas dos Carris
“As lagoas, o rio e o vale iam desfiando panoramas à nossa passagem, engalanando-se como se fossemos os primeiros visitantes de sempre. Quase ao chegar ao topo, começámos a avistar os cavalos que pastavam. Chegados às minas, parecia um cenário de uma terra distante; apagada pela memória, onde as paredes resistem ao tempo.”
15. Tou às aranhas – Pico da Nevosa
“Para esta caminhada levantámo-nos quando a promessa de um dia novo ainda vinha em terras de França. Seguindo o track, fomos prosseguindo até que o mesmo acabou por ir dar a uma encosta mais acentuada. Olhámos para trás, mas acabámos por prosseguir para o vale. Vagueando pela fronteira, fomos subindo até chegarmos à base do monte. Grande conquista!”
11/08/11
16. Abrigo dos pastores – Prados da Messe
“Logo no início, o declive acentuado e o cansaço acumulado fizeram alguns estragos. Mas, com algumas paragens, resistimos e passámos. A visão dos montes, ainda a uma distância considerável, era uma miragem de vontades. Duas horas após a nossa partida tínhamos finalmente chegado a este antigo Abrigo de Pastores.”
17. Temple of darkness – Pé de Medela
“Mais uma vez levantámo-nos bem cedinho, pois o calor do dia ameaçava as nossas intenções e queríamos subir antes que o sol aparecesse em força pelos montes. Lá em cima, com uma grande vista, a cache não demorou muito a aparecer. Mais uma grande experiência de geocaching na maravilhosa Serra do Gerês.”
13/08/11
18. Mosteiro de Pitões das Júnias
“A nossa primeira visita a este magnífico mosteiro. Mal chegámos, tivemos que nos segurar pois caso contrário éramos levados pelo tempo para a Idade Média. Este mosteiro é realmente um local espectacular! Já no ano passado estivemos para aqui vir, mas acabámos por adiar a visita.”
“Logo no início, quando ainda calcorreávamos uma estrada da aldeia, eis que uma cadela se levantou do seu marasmo matinal e começou a seguir-nos. Estávamos então longe de imaginar que ela nos iria acompanhar em cada metro da nossa aventura. O passeio até esta capela é realmente espectacular.”
“Os Cornos, ao longe, chamavam por nós com um canto de sereia. O trilho, que até à capela é evidente, tornou-se menos intuitivo. Inicialmente ainda existem algumas mariolas, mas depois desaparecem. Seguimos então para o monte mais à frente, a fim de registarmos o nosso mestrado; esta foi a nossa última cache necessária para podermos ter o canudo!”
“As sucessivas subidas e descidas fizeram alguns estragos, mas resistimos e fizemos vingar a nossa vontade! Foi uma grande, grande, grande experiência. Gerês… cansados de pequenas felicidades em grandes momentos!”
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