Mais um ano, mais uma edição dos Prémios GPS. Esta iniciativa já faz parte do calendário de qualidade do geocaching em Portugal e é sem dúvida um dos pontos mais visíveis, tanto pelo que significa como pelo que envolve. Desta vez, a magnífica cidade da Figueira da Foz foi o destino de inúmeros geocachers para 3 dias de atividades, em eventos de organização conjunta entre o Geopt e o GeoTriangle, contando ainda com o apoio fundamental da edilidade local. Com a promessa de sol, praia e montanha, tudo parecia conjugar-se para um fim-de-semana memorável. E assim foi!
O processo iniciou-se há alguns meses atrás com a nomeação das caches candidatas. Para quem é dono de caches publicadas no ano transato é um momento de interesse e expetativa, enquanto se aguarda para saber se as caches couberam no critério definido. Neste caso, a simplicidade é a baliza. Entram as que tiverem a melhor percentagem de pontos favoritos / visitantes premium. Poderemos naturalmente questionar a justeza do critério. Existem outros que poderiam ser ponderados, como o tamanho dos registos ou número de fotografias. O principal problema de considerarmos outros critérios pode residir no facto de nos afastarmos da simplicidade e da objetividade.
Uma outra questão pertinente é o tempo de maturação das caches antes da nomeação. Será pouco? Talvez o adiantamento de um mês ou dois trouxesse mais equilíbrio. As variações poderiam criar pequenas diferenças entre as nomeadas, mas não creio que afetassem as finalistas e vencedoras. Quem cria caches que reconhecidamente poderão ter pouca afluência não está a pensar em prémios. Ainda assim, tal reconhecimento é sempre positivo e benéfico. Relativamente à votação, quem mais encontra caches nomeadas acaba por ter mais influência na votação. A circunstância pretende envolver mais os geocachers e promover a iniciativa. É possível que tal acarrete algum desequilíbrio, mas qualquer perspetiva ou sistema de votação pode ser questionável.
Analisando as caches nomeadas para os prémios da década e para os prémios anuais são notórias algumas diferenças de homogeneidade. Quanto mais apertado for o critério de entrada e menos caches tivermos, maior será a qualidade. Porém, tal cenário poderá levantar questões nas diferenças entre os distritos e poderá promover um menor envolvimento dos geocachers. Os prémios por categorias acabaram por reinventar mais um ponto de interesse no processo e equilibrar as especificidades das diferentes caches.
Para lá das opiniões pessoais sobre os critérios, é inegável o contributo que a iniciativa tem tido na melhoria da qualidade do geocaching em Portugal. Várias circunstâncias, em particular o facto de os melhores locais já estarem ocupados, fazem com que haja um investimento na colocação de recipientes elaborados. São essas caches que têm tido maior visibilidade nos Prémios GPS. Porém, é importante não esquecermos que o geocaching deve centrar-se na partilha de locais interessantes.
Na edição deste ano tive o privilégio de assumir a coapresentação da cerimónia. Foi uma experiência nova e desafiante, que me permitiu ter uma perspetiva diferente do ambiente, ao acompanhar de perto a alegria dos premiados. Agradeço à família Geopt pela confiança e ajuda para esta coapresentação. Foi um desafio muito divertido e que me deu muito prazer.
Da cerimónia ficam as excelentes recordações das caches visitadas e as certezas que prevalecem inúmeros motivos de interesse para continuar a fazer geocaching. Poderemos pensar que conhecemos bem uma zona, mas facilmente seremos surpreendidos com mais uma cache, uma nova perspetiva ou mais uma razão para regressarmos.
Para além de agradecer e parabenizar todos os geocachers que foram nomeados, finalistas e vencedores dos Prémios GPS 2015, gostaria de enaltecer a sua atitude altruísta em construir e partilhar algo bom para a comunidade.
As caches podem ser colocadas para os prémios, mas devem ser capazes de lhes sobreviver. Deveremos procurar a sensibilidade para valorizar tanto um prémio como um simples sorriso de alguém que foi à descoberta do nosso “tesouro”. No final, os prémios serão os amigos e as insígnias serão as memórias.
Obrigado e parabéns a todos!
Artigo publicado na GeoMagazine#23.