A grande armação da Arrábida

Após uma visita à Praia dos Penedos num dia anterior, a nossa curiosidade voltou-se um pouco mais para Oeste e a Valente lá acabou por convencer-se que esta seria uma ótima forma de terminarmos o nosso périplo pela região no contexto dos eventos Bocage Convida (GC70X02) e Entrega dos Prémios GPS 2016 (GC799E4). Fomos então visitar a grande armação da Arrábida. Para mais informações sobre o local e esta forma de pesca secular, consultar (GC3531K). Manhã cedo, seguimos de carro até ao local de estacionamento, junto à estrada que desce para Sesimbra, e prosseguimos a pé. Afinal de contas, a aventura apenas começa quando termina o alcatrão.

A parte inicial do trilho inicial é fácil de seguir, num terreno quase plano. Sesimbra, lá em baixo, vai ficando para trás, à medida que nos aproximamos das falésias e do mar. Surgem então os acessos às vistas vertiginosas sobre o mar, rodeados sempre por uma vegetação exuberante. Pelo caminho encontrámos várias ruínas, que deixaram de servir de abrigo e servem agora de telas para os artistas do spray.

Chegou depois o momento de iniciarmos a descida para a zona das armações. Apesar de ainda ter alguma inclinação, acaba por não ser muito difícil. Passámos então pela Pedra do Leão e ficámos curiosos na sua descoberta, mas para isso precisaríamos de um barco e de mais tempo. Talvez fique para uma próxima oportunidade. Ao dobrarmos mais uma curva encaramos então com o primeiro avistamento da enseada. Infelizmente, o céu estava pintado de cinzento, pelo que não tivemos direito às cores mágicas das águas da costa da Arrábida.

Mais abaixo avistámos então a armação. Desconhecíamos a existência destas construções e estruturas de apoio à pesca, entretanto perdidas no tempo. Pelo tamanho da estrutura, deve ter servido a muita gente e durante muito tempo. É agora uma sombra em ruína dos seus tempos áureos. Apesar de já não servir aos intentos originais, nota-se que o espaço ainda continua a ser usado como local de passagem e de pernoita. Andámos por lá a explorar os vários recantos, tendo sempre como companhia a presença íntima e solitária do mar.

Seguimos depois para Este em busca do segundo ponto de interesse da zona, na direção da enseada (GC2TC75). O trilho é também evidente, mas passado pouco tempo torna-se mais desafiante. As passagens mais vertiginosas são espetaculares, sem que cheguem a ser perigosas, assim como a descida pela longa escadaria encavalitada na rocha. As ruínas parecem desenhar um antigo forte, ainda que o tempo tenha apagado metade do traçado. O local é bastante fascinante e apetece ficar por ali a apreciar o mar em solidão.

A subida decorreu sem sobressaltos, em sucessivas paragens para o descansarmos e apreciarmos a paisagem. Quando chegámos ao topo começou então a cair uma morrinha que nos apressou o passo. Preenchemos assim mais um local da caderneta de locais imperdíveis na Serra da Arrábida e já estamos a contar expetativas para a próxima viagem. Em jeito de despedida de Sesimbra, após arrumarmos os pertences e outras tralhas, fomos finalmente ao encontro do choco frito, servido no muito recomendável “O Rodinhas”. Até à próxima, Arrábida!

A grande armação da Arrábida

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