A Oeste tudo de novo

Rumo ao Sul e ao Sol, escolhemos a região do Oeste para umas miniférias. Encontrámos o Sul, mas perdemos o Sol na maioria dos dias. Foi-se a praia, mas ganhámos outras tantas descobertas de locais muito interessantes. Depois de uma viagem com poucas paragens, aproveitámos para visitar a Praia Osso da Baleia e acertámos o GPS para um jantar fantástico entre amigos no Sítio da Nazaré.

Manhã cedo, num dia que se afigurava cinzento, resolvemos deixar a praia e fomos em busca dos principais interesses no interior. Iniciámos as descobertas em Porto de Mós e ficámos assoberbados pela beleza do castelo. Parece saído de um conto de princesas. Já há algum tempo que tencionávamos regressar a Fátima, pelo que esta foi a oportunidade perfeita. O melhor de tudo é que não havia a multidão dos dias de festa. Católico ou não, religioso ou não, Fátima parece exercer um certo fascínio sobre nós. Seguimos para Ourém à redescoberta do seu castelo e parámos apenas no fantástico anfiteatro que tem como protetor a figura eterna do Condestável. Seguimos depois numa viagem pela história, em que cada recanto desta vila medieval parece ser um pedaço de história e de interesse à espera de ser descoberto, desde a mais simples pedra da calçada até ao túmulo secular, sempre rodeados de uma paisagem inteira e circundante. Seguimos depois para o Mosteiro da Batalha, um dos monumentos portugueses mais fascinantes, tanto pela arquitetura como pelo simbolismo que encerra sobre a pátria que nos criou. E quem visita um mosteiro, também visita dois. Seguimos, pois, para Alcobaça e para o seu maravilhoso legado histórico e arquitetónico.

No dia seguinte fomos à descoberta da Fórnea. Este anfiteatro natural gigante já fazia parte do nosso imaginário há algum tempo, mas apenas agora tivemos a oportunidade de o visitar. Na parte inferior, seguimos pelo trilho até à Cova da Velha. À nossa volta, as encostas da Fórnea iam ficando mais imediatas e inclinadas. O trilho torna-se então mais técnico, com as muitas pedras pequenas que rolaram por trilhos próprios. Foi uma agradável surpresa descobrir a entrada daquela gruta, que tem uma galeria com cerca de 500 metros de extensão, estirando-se ao longo da falha. No inverno deve ser impressionante ver jorrar a água de dentro do rochedo. Com o pequeno desvio, fomos depois até ao Castelo, um penhasco de vistas largas, onde se esconde mais uma gruta de dimensões consideráveis que serviu como esconderijo durante as invasões francesas.

Depois do almoço, desviámo-nos das grutas turísticas e fomos à descoberta da Lapa da Cerejeira. O local é excelente e encheu-nos as medidas. Seguimos depois para a zona superior da Fórnea. A aldeia ia ficando mais abaixo, enquanto as nossas expetativas iam subindo. Os metros finais foram acompanhados por um crescendo visual e vislumbrámos o vale a surgir inteiro de mãos dadas com a montanha. Estivemos por ali algum tempo em deslumbramento a apreciar a paisagem, seguindo os contornos das linhas. De vistas arregaladas, prosseguimos depois para o Sítio do Elias, uma cabana magnificamente inserida num ambiente natural. Desconhecíamos o que iríamos encontrar e ficámos impressionados com a descoberta. Percorremos o espaço em busca de todos os pormenores que nos ajudassem melhor a conhecer o local e aproveitámos para ler as histórias de visitas anteriores.

Mais um dia volvido e seguimos para Sul pela costa. Foi inevitável pararmos em S. Martinho do Porto para um pequeno percurso pelas arribas. Estando nesta região arriscamo-nos a tropeçar numa pegada de dinossauro. É um privilégio ter uma costa onde podemos visitar estes locais tão facilmente, com a vantagem de estarem muito bem emoldurados por paisagens em que apetece ficar por ali em contemplação. Prosseguimos depois a Foz do Arelho para uma visita de veraneantes com pressa, onde aproveitámos para contemplar o magnífico cenário da foz. No regresso fizemos ainda um desvio para cumprimentar a solidão de um moinho de vento esquecido sobre a encosta de mar. De volta à Nazaré, despedimo-nos da vila com um excelente jantar e com uma pequena caminhada pela zona marginal. Descobrimos ainda uma aparente rocha atual feita pelourinho, mas que há muitos milhões de anos era um tronco de madeira.

No último dia das nossas miniférias, já com a trouxa arrumada, fizemo-nos ao caminho de casa e fomos subindo para Norte. Resolvemos então fazer uma paragem em S. Pedro de Moel para revisitarmos a terra a praia. Finalmente, depois de alguns dias cinzentos, a Valente teve a sua praia. Como é habitual, aproveitei para dar um passeio pela zona, indo até ao Penedo da Saudade e a outros locais de interesse da zona.

Muito mais haveria para visitar e revisitar. É sempre um prazer regressar a esta região, mesmo que seja por pouco tempo. Em cada visita tudo parece novo!

A Oeste tudo de novo

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