Alentejo

Ainda o Alentejo. A vida vai resistindo entre o silêncio das sombras. Quem não tem a mestria ou a sorte para se rodear por quatro paredes e um teto, tem de aproveitar o que a natureza vai oferecendo. A sombra fugaz de cada árvore é explorada até que a definição de exiguidade se reinvente. Na planície ampla e inteira, o sol rege os horários de todas as criaturas; a meio caminho do dia, erguido numa vertigem de calor, cada raio é um prenúncio de suor. A respiração fica mais sossegada, o coração vai batendo mais devagar e o ritmo da existência define-se pela passagem imperturbável das eras. Para o resto do mundo, o tempo pode ser relativo; no Alentejo, tudo é absoluto!
2015-08-06