Lagoa dos Cântaros

Escondida dos turistas ocasionais, a Lagoa dos Cântaros fica situada na base do Cântaro Gordo. O trilho mais usado para se chegar até este local parte do Covão d’Ametade e percorre numa fase inicial a encosta do Vale do Zêzere. Algures a meio do percurso, que segue para o Vale da Candeeira, tem-se que sair do trilho marcado e prosseguir pela esquerda. Apesar de a inclinação não ser muito exigente, a subida é uma constante. Um pouco antes de se chegar à lagoa é possível observar algumas ruínas de espaços que devem ter servido aos pastores para enfrentar as noites geladas desta serra.

A fotografia foi tirada em mais um fim-de-semana pela Estrela, no dia 22 de junho de 2014, na companhia do Bruno Ricardo, Joaquim Safara, José Sampaio, João Gregório Gomes e do Filipe Marques. Depois de no dia anterior termos concretizado um percurso que saiu de Manteigas e passou pelas Penhas Douradas, Nave da Mestra e que terminou de novo em Manteigas, seguimos para o Covão d’Ametade, onde pernoitámos. A ideia seria passar a noite no topo do Cântaro Magro mas, infelizmente, a meteorologia não ajudou. Ainda assim, somos assistir ao nascer do sol lá perto e fizemos de seguida a ascensão a este maciço rochoso, onde tive a oportunidade de regressar, cerca um ano depois de ter terminado de escrever “O tempo inquieto”.

Regressámos depois ao Covão d’Ametade e andámos por ali algum tempo a cirandar. Por sorte, momentos antes de iniciarmos a subida para o Cântaro Gordo, encontrei o cajado que é visível na foto, abandonado e à espera de uma mão que o compreenda. Desde então tornou-se inseparável nas grandes caminhadas e nos percursos mais difíceis, tendo inclusive já visitado os cumes dos Picos da Europa. Ainda naquele dia foi batizado para a posteridade: Viriato! (Nem poderia ser outro!)

Ao chegarmos à lagoa, entre algumas brincadeiras, tirámos muitas fotografias, tendo sempre como pano de fundo a lagoa e o cântaro. Esta foi uma delas. Pareço um boneco de videojogos a pinchar, talvez em busca da minha Valente princesa. Se estiver muito tempo a olhar para a foto consigo imaginar-me a levantar voo, pelo poder do Viriato. Contudo, naquele dia, para chegarmos ao topo do Cântaro Gordo tivemos mesmo que subir pela exigente encosta. Descemos depois para o Covão Cimeiro e regressámos posteriormente ao Covão d’Ametade. Espero que o Viriato me acompanhe por muitos mais quilómetros, fazendo girar o mundo pelo seu toque, um percurso de cada vez!

Lagoa dos Cântaros

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